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Doadores de coração salvam vidas de dois pacientes
Órgãos foram captados nesta semana, em Lajeado. Rins e fígados também foram doados por famílias dos pacientes
Corações, rins e fígados de dois jovens doadores ajudaram a salvar vidas, nesta semana. As captações ocorreram no Hospital Bruno Born (HBB), em Lajeado. Em ambas as situações equipes vieram para a cidade de helicóptero auxiliar na retirada e no transporte dos órgãos.
Em meio ao luto, as famílias aceitaram transformar a dor em esperança para quem também via a morte chegando. Por ser mais sensível, o coração é um órgão difícil de ser transplantado – por isso, apesar da dor da perda, a autorização das famílias foi motivo de comemoração por parte das equipes que cuidam deste tipo de procedimento.
“Se não temos doadores, as listas de espera não andam e as filas aumentam cada vez mais. Tivemos seis diagnósticos de morte encefálica no HBB nos últimos quatro meses, e somente estas duas famílias aceitaram que os órgãos fossem transplantados”, explica Adriana Calvi, enfermeira coordenadora da UTI do Bruno Born.
Ao ser retirado, o coração deve ser transplantado em até quatro horas – por isso a logística em casos assim deve ser precisa. A Central de Transplantes e as equipes captadoras devem organizar-se para buscar, transportar e transplantar o órgão dentro deste prazo – fígado e rins também têm poucas horas para passarem pelo procedimento. “Nestes dois últimos casos as equipes vieram de helicóptero para ganhar tempo. Na primeira captação da semana a equipe se deslocou a Porto Alegre pela rodovia, então foi necessário o uso de batedores para abrir caminho e chegar o mais rápido possível”, revela.
O médico Intensivista Nelson Barbosa Franco, coordenador da OPO6 do HBB, explica que o hospital conta hoje com uma equipe de transplante renal – composta pelas médicas nefrologistas Nara Pimentel e Juliana Pimentel; pelos médicos urologistas Douglas Bohnemberger e Ernany Bender, e pelos cirurgiões vasculares Gibran Ahmad e Vinicius Pletsch. Atualmente, no HBB são realizados apenas transplantes de rim e córneas. Transplantes de fígado, pâncreas, combinado pâncreas-rim, pulmão ou coração são feitos geralmente em centros de saúde maiores no Brasil.
“O maior desafio é fazer com que a sociedade entenda, e aceite, que os órgãos de seus familiares falecidos sejam doados. Em situações em que o potencial doador de órgãos falecido (que sofreu morte cerebral e encontra-se com os demais órgãos mantidos apenas às custas de suporte artificial, sem possibilidade nenhuma de reversão), caberá aos familiares mais próximos decidir sobre o aceite ou a recusa da doação de órgãos. Na maioria das vezes os parentes são chamados a tomar uma decisão importantíssima como essa logo após o recebimento da notícia da morte, o que pode prejudicar este aceite. Precisamos que as pessoas compreendam a importância deste ato para salvar a vida de outras.”
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