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  • 12/11/2018
  • Estudo inédito pode contribuir para o tratamento da endometriose, infertilidade e câncer uterino

    Até 50% das mulheres inférteis têm endometriose – doença que poderá ser tratada a partir de nova pesquisa

    Uma pesquisa publicada na revista Stem Cell desse mês pode ajudar no tratamento de doenças benignas como a endometriose, e malignas, como o câncer de útero. O estudo foi realizado por cientistas da universidade americana de Northwestern em conjunto com a Keio University, de Tóquio,

    Segundo Marcos Höher, médico especialista do Centro de Reprodução Humana Bruno Born do HBB, de Lajeado, uma das alterações mais comuns na área da ginecologia é a endometriose, doença benigna que se caracteriza pela presença de células endometriais fora do útero. Presente em 10% das mulheres, a endometriose é causa frequente de fortes cólicas menstruais, dor pélvica e dificuldade para engravidar. “Em alguns levantamentos foi possível detectar a presença de endometriose em 30 a 50% das mulheres com infertilidade”, informa. Outras doenças ginecológicas, como o câncer do corpo do útero, têm início nas células endometriais que, embora situadas adequadamente, apresentaram anomalias e se multiplicaram de forma descontrolada.

    Terapia de células

    O estudo apresentado na revista apresenta uma terapia de células endometriais defeituosas, não responsivas ao hormônio feminino progesterona. “O desequilíbrio na produção de hormônios foi identificado como um dos fatores implicados no desenvolvimento dos cânceres de mama e de endométrio. Está comprovado que mulheres que ovulam e menstruam com regularidade, que tiveram vários filhos e que os amamentaram, têm menor risco de desenvolver esses tipos de câncer quando comparadas, por exemplo, a mulheres que não tiveram filhos ou que, por desequilíbrio hormonal, passam meses sem menstruar”, detalha o médico.

    A pesquisa coordenada por Serdar Bulun, coordenador do estudo e membro do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade de Northwestern, em Chicago, nos Estados Unidos, conseguiu com sucesso, pela primeira vez, gerar células endometriais normais a partir do cultivo de células-tronco em laboratório. “As mesmas poderão, em um futuro próximo, ser usadas em terapias eficazes para o tratamento da endometriose ou até mesmo de certos tipos de infertilidade feminina, uma vez que é justamente no endométrio que a gestação se inicia ou não”, explica Höher. “Trata-se de um grande avanço para a elucidação, o tratamento e, quem sabe, a cura de milhões de mulheres que sofrem de distúrbios ginecológicos frequentes como a endometriose, a infertilidade e certos tipos de câncer.

    Saiba mais

    Há décadas cientistas têm se dedicado a pesquisar sobre a origem de certas doenças benignas e malignas que acometem órgãos do corpo humano.

    Na área da Ginecologia um dos maiores desafios é a identificação e o tratamento de alguns problemas que têm, em comum, a sua origem as (ou nas?) células endometriais. Essas compõem uma fina camada que normalmente reveste internamente o útero, denominada de endométrio. Encontrado somente nas mulheres, o endométrio tem como única finalidade permitir a implantação do embrião, o desenvolvimento da placenta e, assim, da gestação. Todo o mês em que a fecundação ou a implantação embrionária não ocorre, o endométrio é descartado sob a forma de um sangramento cíclico conhecido como menstruação. Vários problemas de saúde têm em comum o crescimento de células endometriais anômalas ou provocados pela sua localização em locais indesejáveis do corpo feminino.

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