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  • 09/08/2023
  • HBB realiza cirurgia inédita no Sul do país

    Uma equipe do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, acaba de realizar a primeira cirurgia de prótese reversa de ombro utilizando técnicas cirúrgicas de navegação computadorizada, realidade aumentada e print 3D (prototipagem) do sul do Brasil. O procedimento foi executado pelo médico ortopedista Odon Filho, com auxílio do médico Cyrio Fortes.

    A técnica é recém chegada no país, e usa um software controlado por GPS para guiar a mão do cirurgião durante a implantação da prótese, o que oferece maior precisão em relação à cirurgia convencional.

    Foram impressas em 3D as estruturas ósseas que receberam a prótese, o que permitiu que a mesma fosse colocada na posição mais adequada de acordo com a anatomia da paciente. Isso leva a um resultado pós-operatório melhor e aumenta o tempo de vida útil da prótese.

    “Os benefícios da cirurgia navegada, quando comparados à técnica convencional, já foram comprovados cientificamente. Reduz-se as complicações e evita novas cirurgias por problemas técnicos de colocação da prótese ou por afrouxamento precoce da mesma”, explica Filho.

    Conforme o especialista, apesar de a cirurgia efetivamente ter sido realizada no dia 5, a preparação começou há cerca de um mês, quando o exame de tomografia computadorizada com reconstrução em 3D, realizado no Serviço de Radiologia do HBB, foi enviada pelo médico para a empresa Exactech, em Gainesville, Flórida, Estados Unidos. A empresa conta com o sistema de navegação utilizado pela equipe e que é o primeiro e único sistema desta modalidade existente no mundo.

    “Lá o exame passou por um processo de aperfeiçoamento de imagens realizado por um software específico. As imagens retornaram à nossa equipe, que fez o planejamento cirúrgico num novo software liberado pela Exactech. Depois, transferimos as imagens para um pen drive, que foi acoplado a um computador fabricado nos EUA e usado no dia da cirurgia. Assim, foi possível fazer a cirurgia com uma precisão rigorosa, como já havia sido planejada, com as mãos do cirurgião sendo guiadas em tempo real na tela do computador”, detalha ele.

    Além disto foram também usadas duas novas tecnologias que agregaram mais precisão aos cortes ósseos – a Realidade Aumentada e a prototipagem com reprodução da anatomia óssea do ombro da paciente (escápula e úmero) de forma virtual e de forma real através de confecção de guias de corte com impressão em 3D. Isso permitiu que o cirurgião chegasse na cirurgia já tendo realizado a mesma de forma virtual, acrescentando mais segurança ao procedimento e evitando complicações.

    “Este mesmo software possui um programa chamado “Predict Plus“, que é uma Inteligência Artificial que “prevê” com um grande grau de certeza como será o resultado da prótese em relação à melhora da função e alívio da dor.

    “No caso da paciente em tela, uma mulher de 83 anos com diagnóstico de pseudoparalisia (ombro paralisado, sem qualquer mobilidade, e dor crônica severa – numa escala de zero a dez, a dor variava de 9 a 10, segundo ela) do ombro por lesão maciça dos tendões do Manguito

    Rotador e Artrose (desgaste) Severa da articulação, o sistema previu que a paciente ficaria praticamente sem dor”, comemora Odon Filho.

    “Quanto à mobilidade o ganho será fantástico, pois ela não tinha movimento algum e passará a ter 128 graus na elevação anterior do ombro, 93 graus de abdução (elevação lateral), 45 graus de rotação externa e rotação interna ao nível da coluna lombar.”

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